Sabes usar a informação da Internet nas tuas produções?

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APRENDER

Os conteúdos da rede são disponibilizados por autores e instituições para que os utilizadores usufruam deles. Com a constante criação de ferramentas de publicação na rede, cada vez mais fáceis de utilizar, disponibilizar conteúdos passou a estar ao alcance de todos, pelo que a quantidade e diversidade de conteúdos aumentou exponencialmente.

Mas será que se pode simplesmente copiar a informação da rede, seja texto, imagem ou som?

Naturalmente não.

O que está disponível na rede foi lá colocado por alguém, a título pessoal ou institucional, pelo que deves, por princípio e de acordo com a lei, respeitar os direitos de autor, as licenças de utilização, a citação e a referência de fontes, para não correres o risco de seres acusado de plágio (reprodução abusiva de conteúdos criados por terceiros).

PMartin

Ilustração de Phillip Martin

Direitos de autor

Todas as criações intelectuais literárias, científicas e artísticas originais gozam de proteção, os chamados direitos de autor, os quais protegem o autor no que diz respeito à sua obra, designadamente:

  • o ser reconhecido como o autor de uma dada obra (direitos morais);
  • o de dispor em exclusivo da sua obra ou de ceder a outros, por exemplo, os direitos à sua comercialização (direitos patrimoniais).

Existem diferentes leis de direitos de autor, consoante os países. Em inglês estes direitos são frequentemente referidos como copyright e são representados pelo símbolo © seguido de uma data (os direitos são mantidos durante um determinado período de anos contados a partir dessa data).

Licenciamento

A disponibilização de conteúdos está normalmente associada a uma licença, ou seja, a um conjunto de regras que descrevem as formas de utilização possível de um dado conteúdo.

Os elementos essenciais das licenças são:

  • atribuição do autor;
  • se pode ou não ser usada comercialmente;
  • se permite ou não alterações.

As licenças Creative Commons, criadas em 2001 por Larry Lessig, da Universidade de Stanford, são uma forma de regular a circulação livre de obras na rede. Possibilitam ainda a adaptação de conteúdos para outras produções, favorecendo por esta via o aumento do número de obras disponíveis em linha. São representadas através de uma ilustração e por iniciais que variam consoante o tipo de licença. Por exemplo:

cc

Os conteúdos abrangidos por estas licenças podem ser copiados, mas obrigam sempre à menção de autor (BY) e a respeitar os restantes termos da licença, por exemplo não poderem ser comercializados (quando inclui um $ cortado), obrigarem a reproduzir integralmente o original (quando inclui um sinal =)  e implicarem que as novas criações sejam licenciadas ao abrigo de termos idênticos (quando inclui uma seta em forma de círculo).

Podes saber mais sobre os direitos de autor em Portugal e sobre estes tipos de licenças na secção EXPLORAR.

Citação e referência das fontes

Uma licença de utilização pode dar-te liberdade total (por exemplo, nos chamados conteúdos abertos) ou ser mais ou menos limitadora da possibilidade de copiares em parte ou no todo o conteúdo a que diz respeito.

Estão nesse caso os textos, as imagens, fotográficas ou de vídeo, as músicas, aplicações, etc. Mas o simples cópia-cola de conteúdos tem pouco ou nenhum valor, já que não demonstra que conheces e compreendes o conteúdo, mas que apenas o reproduziste.

No que respeita aos textos, é apesar de tudo mais fácil evitá-lo, pois nada te impede de primeiro leres e procurares compreender a informação disponibilizada e só depois a usares, apresentando-a por palavras tuas e acrescentando a tua própria interpretação dos factos. Mas até podes usar frases do original, desde que as coloques entre aspas e cites a fonte e a página de onde as retiraste, além de a incluíres na bibliografia consultada, habitualmente no final do trabalho.

Na citação e nas referências bibliográficas deves seguir regras, como por exemplo as da Norma Portuguesa (NP405) ou as da Associação Americana de Psicologia (APA), que encontras em EXPLORAR.

Ferramentas de gestão bibliográfica

A este propósito, convém que saibas que existem programas gratuitos que ajudam a fazer a gestão das obras utilizadas, a fazer citações corretamente e a produzir automaticamente a bibliografia final.

Sugerimos duas aplicações gratuitas, de entre as muitas que existem, que te podem ajudar a melhor gerir melhor a bibliografia dos teus trabalhos, o que é indispensável a partir do ensino secundário:

zotero
Uma aplicação como o Zotero permite não só organizar a bibliografia como – com um simples arrastar – identificar de forma rápida e rigorosa os documentos utilizados.

Plágio

Como vês, não é difícil cumprir as regras de uso legítimo da informação que existe na rede – e assim ninguém te acusará de fazeres plágio, isto é, de copiares informação criada por outra pessoa e de a apresentares como se fosse tua.

Existem duas formas básicas de detetar o plágio: a forma mais simples consiste em utilizar um motor de busca para localizar determinadas frases do texto a verificar. A mais sofisticada pode usar aplicações capazes de detetar com significativo grau de precisão se o texto contém ou não plágio, analisando-o de forma sistemática não só na rede mas também em repositórios especializados de trabalhos académicos, etc.

Alguns exemplos destas aplicações e serviços:

turnitin
Um serviço como o Turnitin ajuda a prevenir o plágio.

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