APRENDER
O universo acredita na criptografia. É mais fácil criptografar informações do que descriptografá-las. Notámos que seria possível utilizar essa estranha propriedade para criar as leis de um novo mundo. Para abstrair o nosso novo reino platónico da sua base composta de satélites, de cabos submarinos e de seus controladores. Para fortalecer o nosso espaço por trás de um véu criptográfico. Para criar novos espaços fechados àqueles que controlam a realidade física, porque a tarefa de nos seguir nesses lugares demandaria recursos infinitos. E, assim, declarar a independência.
Parece o início de um livro de ficção científica? Não é.
Estas palavras são de Julian Assange e podem ser lidas no livro Cypherpunks: Liberdade e o futuro da Internet. Assange fundou a WikiLeaks, uma organização que publicou milhares de documentos secretos e revelou muita informação confidencial ao mundo. Como o conseguiu? Através de uma criptografia muito robusta.
De forma simplificada, digamos que é uma espécie de escrita secreta que transforma dados em algoritmos. E os algoritmos estão em todo o lado, são fórmulas que respondem a perguntas, códigos informáticos que processam e analisam comportamentos no mundo digital e os relacionam entre si.
A criptografia codifica informação de forma segura e, desta forma, protege dados e comunicações em linha.
O português no topo da Google que põe as máquinas a falar connosco
Por um lado, podes pensar nos algoritmos como uma ferramenta muito útil, já que te ajudam a filtrar informação de forma rápida e relevante: dá-te, em pouco tempo, aquilo que procuras.
Mas, por outro lado, pensa: se é através de algoritmos que empresas como a Google, o Facebook, o Twitter ou mesmo a Netflix decidem o que te apresentar em cada momento e calculam os teus comportamentos futuros… não estarão a decidir por ti e a limitar a tua liberdade de escolha?
Parece ficção, mas não é:
- os primeiros resultados de uma pesquisa que fazes no Google,
- as publicações que te aparecem no Facebook,
- os livros em que deves estar interessado na Amazon,
- os locais que gostarias de visitar no Booking são sugestões decididas por algoritmos. E estes são apenas alguns exemplos!
Essas decisões são tomadas com base no que fazes em linha, no teu comportamento passado:
- as palavras-chave que usas nas pesquisas,
- as páginas visitadas,
- os teus relacionamentos digitais,
- os teus gostos e interesses,
- toda a informação é monitorizada e usada como probabilidade para o futuro, até mesmo como produto para venda a anunciantes, concebendo e promovendo ações de publicidade dirigidas especificamente… a ti.
Podemos dizer que a nossa pegada digital é matéria-prima para programação informática.E se é já evidente que a maioria da informação que recebemos reflete o que somos no mundo digital, é bom estarmos conscientes de que um algoritmo a decidiu por nós.

Quiz
Responde ao quiz e testa os teus conhecimentos!