APRENDER
Foi nos primeiros anos da década passada que surgiram na Internet vários serviços para juntar pessoas em redes sociais em linha. O Facebook foi apenas mais um, criado em 2004. Nessa altura, já existiam outros como o hi5, o Orkut ou o MySpace, com características parecidas. Nos últimos anos têm surgido dezenas de outras redes sociais com diferenças entre si. Nenhuma delas, no entanto, teve até agora tanto sucesso como o Facebook. A razão pela qual provavelmente tens conta no Facebook, e a razão pela qual este é a rede social mais usada em todo o mundo, tem a ver com a pergunta que te fazemos.
A resposta é simples:
De tudo aquilo que as tuas redes de amigos publicam, as redes sociais mostram o que lhes parece que tu vais gostar mais.
Esta é a base do sucesso das redes sociais e o Facebook parece ser o campeão nesta matéria.
Na viragem do século, a rede conheceu um salto qualitativo fundamental. Deixou de ser um espaço onde alguns publicavam conteúdos para todos os outros e passou a ser um espaço onde todos podem partilhar conteúdos com todos. Como podes imaginar, houve também um salto quantitativo, ou seja, a rede cresceu muito com a enorme quantidade de serviços disponíveis, para que todos pudessem participar. Houve quem chamasse a esta nova Internet a Web 2.0, como se se tratasse de uma nova versão.
A ideia base destes serviços é a de que as escolhas e as opiniões dos utilizadores são valiosas e podem ser de grande interesse, não só para outras empresas que queiram vender produtos, mas também para outros utilizadores.
Gera-se assim um ciclo de atração em que utilizadores atraem utilizadores.
A ideia do gosto
O gosto do Facebook foi inspirado no serviço de compras Amazon. A ideia desta loja em linha era simples: mostrar aos clientes que estão a visualizar um produto, outros produtos parecidos, tendo por base as compras de outros clientes. Assim, era indicado no ecrã: Clientes que compraram o livro que está a visualizar também compraram este outro…
No Facebook, esta ideia foi explorada de forma muito particular. Quando no Facebook seccionamos uma hiperligação, fazemos gosto ou comentamos algum dos posts dos nossos amigos, o sistema regista e guarda todas essas ações e opções.
O algoritmo do Facebook, ou seja a fórmula mais ou menos secreta de ponderar todos estes dados, associa esses registos com os registos de outros utilizadores, para escolher, de entre todos os posts criados, aqueles que te apresenta. Ou seja, de todos os posts gerados por minuto na nossa rede de amigos, o algoritmo vai eleger apenas aqueles que terão características mais parecidas com o tipo de posts a que nós prestámos mais atenção, dissemos que gostámos ou comentámos.
Isto pode ser bastante prático e cómodo, mas não será limitador?
No tema da Ética e responsabilidade colocamos-te mais algumas questões sobre este assunto. Verifica a entrada Os algoritmos podem limitar a tua liberdade?
Por outras palavras: à medida que os serviços vão percebendo os gostos e preferências de cada um, vão apresentando também anúncios direcionados para cada utilizador. Interessam para a seleção destes conteúdos não apenas as suas características mas também quem dentro da rede social já atribuiu gostos a esses conteúdos.
Verdade ou nem por isso?
Uma outra vantagem do Facebook e de outros serviços de blogging e microblogging é que podemos partilhar tudo e com a aparência que quisermos. Ou seja, podemos com a mesma facilidade contar uma verdade com aspeto de mentira ou uma mentira com aspeto de verdade.
De facto, pode ser também uma desvantagem. Repara no seguinte post publicado no final de 2015 no Facebook e presta atenção às próximas atividades!
Por outro lado, as redes sociais mostram-nos aos outros
O Second Life é umas das redes sociais em que mais se verifica essa possibilidade. Trata-se de um espaço de realidade virtual em 3D, onde cada utilizador pode personalizar totalmente todos os detalhes do seu Avatar. Se se souber programar, até a forma de andar ou movimentos particulares podem ser definidos.
Se não souberes programar, podes também ir aprendendo ou contratar algum utilizador mais avançado para te fazer o que pretendes. Provavelmente, só aceitará esse trabalho em troca de dinheiro virtual. Sim, dinheiro virtual! Num mundo virtual fará sentido haver dinheiro virtual. Neste mundo, a moeda chama-se Linden Dollars e pode ser trocado por dinheiro real no sítio da empresa. Para a empresa, trata-se de uma forma prática de gerir os custos, até porque é a empresa que define o preço do metro quadrado virtual dentro deste mundo.
Cada pedaço de terreno custa dinheiro e pode ser comprado já com uma vivenda numa ilha paradisíaca, ou pode ser terreno totalmente editável para construir de raiz casas, edifícios, parques ou mesmo cidades.
Qualquer pessoa ou entidade pode comprar um pedaço de terreno e criar um lugar de convívio ou uma simples montra para mostrar os seus produtos e serviços a potenciais clientes que por ali passem ou que estejam nitidamente a querer conhecer a empresa ou instituição.
Neste mundo virtual gratuito, a que qualquer um pode aceder, estão já representados milhares de instituições, desde a NASA, à Universidade de Aveiro ou por exemplo o Centro de Lisboa. Todos estes sítios à distância de um toque. Até porque qualquer avatar neste mundo pode voar e teletransportar-se para qualquer lado.